quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Projecto de combate ao HIV/SIDA vai arrancar em Angola

Kapeleko é o nome do projecto de prevenção e combate ao HIV/SIDA que vai ser coordenado nos próximos três anos em seis províncias de Angola pela organização não governamental World Learning.

O projecto a ser executado por organizações angolanas parceiras da World Learning na vertente do HIV/SIDA tem o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, USAID, avaliado em oito milhões de dólares.

O projecto já foi apresentado na Huíla. A coordenadora pela World Learning, Ana Lemba, disse que o objectivo principal do mesmo é reduzir entre a população a incidência da doença;
“O projecto tem como objectivo principal reduzir a incidência do HIV através de prevenção da transmissão entre a população geral e vai ser implementado do ponto de vista estratégico em parceria com as organizações locais com as quais a WL já tem estado a trabalhar num outro projecto de reforço institucional. O projecto pretende depois de três anos poder ter contribuído para a mudança de comportamento a nível de jovens e todo o trabalho que for feito poderem divulgar através de documentação que prova a mudança de comportamento.”

Huambo, Huíla, Benguela, Kuando-Kubango, Cunene e Luanda são as províncias escolhidas para a implementação do projecto que de acordo com o plano estratégico nacional são as regiões com maior prevalência da pandemia.

Pedro Chilumbo da ONG, ASD uma das parceiras da World Learning no Lubango, saúda a iniciativa numa província em que os desafios de luta contra a pandemia são cada vez maiores;

“É bem-vinda esta iniciativa de maneira que a doença não se propague cada vez mais a nível da província e a nível do país em geral, é nesta perspectiva que todas as organizações devem estar empenhadas para prevenir informar as comunidades como se devem prevenir.”

15-02-2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Liga Portuguesa Contra a Sida - Testamento

SIDA: Vacina reduz carga viral em doentes

Investigadores do Hospital Clínic, em Barcelona, testaram com bons resultados uma vacina terapêutica contra o vírus da SIDA, que permitiu pela primeira vez "uma redução significativa da carga viral" no organismo dos pacientes que padecem com esta doença.

Este é o primeiro estudo do género e caso seja corroborada, o Hospital Clínic espera comercializar a vacina no prazo de três anos.

"Esta redução foi muito importante para alguns dos pacientes, mas em nenhum caso se conseguiu que o vírus fosse indetetável", razão pela qual "a queda na carga viral continua a ser insuficiente".

As conclusões são dos cientistas do HIVACAT, programa público-privado catalão que desenvolve vacinas terapêuticas e preventivas contra o HIV, citados pela agência AFP.

"Nenhuma vacina terapêutica conseguiu até agora os níveis de resposta alcançados neste estudo", mas por serem insuficientes, as pesquisas continuam.

O objetivo é encontrar uma vacina que permita "minimizar a necessidade de tratamento antirretroviral", já que ele é "crónico" e "o seu consumo diário é incómodo" e dispendioso.

A vacina ao chegar a milhões de pessoas, iria beneficiar em especial os países mais pobres já que seria uma forma de tratamento muito mais barato que os atuais tratamentos antirretrovirais que são, regra geral, muito dispendiosos.
2011-02-02 Boas Notícias

Médicos dizem ter curado doente com Sida

Uma equipa médica alemã acredita ter curado um homem infectado com o vírus da Sida (VIH), após um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia de que também sofria.
"Os nossos resultados sugerem que o paciente se curou do VIH", indicam os autores do estudo publicado na edição de Dezembro da revista científica Blood.
Timothy Ray Brown, um americano de cerca de 40 anos, também conhecido como o "paciente de Berlim", foi submetido em 2007 a um complicado tratamento para combater uma leucemia mielóide aguda, um tipo de cancro que afecta o sistema imunitário.
O tratamento incluiu um transplante de células estaminais de um doador portador de um gene hereditário pouco comum, associado à redução do risco de contrair o VIH.
Os médicos, liderados por Kristina Allers e Gero Hutter do Hospital Médico Universitário de Berlim, seleccionaram células estaminais sem o receptor CCR5, necessário para que o vírus se propague no organismo.
Antes do trasplante, Timothy Ray Brown recebeu altas doses de quimioterapia e radioterapia e deixou de tomar os anti-retrovirais contra o VIH. Treze meses mais tarde, o doente teve uma recaída de leucemia e foi submetido a um novo transplante de medula com células do mesmo doador.
O caso foi relatado pela primeira vez durante uma conferência em Boston em 2008 pelos médicos que aplicaram o tratamento proposto pelo médico Gero Huetter. Em 2009, o "New England Journal of Medicine" noticiava que após 20 meses sem tomar os anti-retrovirais não havia sinais do VIH e o artigo agora publicado na revista "Blood" assegura que, três anos depois do transplante, "o seu sistema imunitário recuperou uma saúde normal".
Os médicos continuam a observar a evolução do paciente, mas acreditam que este caso poderia abrir o caminho para uma cura permanente do VIH através de células estaminais geneticamente modificadas.
No entanto, especialistas advertem que se trata de uma terapia muito cara e arriscada, que não se pode aplicar a todos os pacientes e não é uma cura definitiva para a sida.
Michael Saag, da Universidade de Alabama em Birmingham, nos EUA, disse à CNN que "é uma prova interessante sobre como medidas extremas podem levar à cura do VIH". Mas considerou que "é demasiado arriscada para se converter numa terapia comum".
A revista "Blood" é uma publicação da Sociedade Americana de Hematologia. Segundo a ONU, 33,3 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o VIH.

2010-12-16 JN

Jovens mais "complacentes" quanto a comportamentos de risco

Os jovens estão mais "complacentes" quanto a comportamentos de risco por pensarem que a sida já não é uma doença "rapidamente mortal", alertam os especialistas.
"É muito importante reforçar medidas de prevenção na população mais jovem para quem a sida já não é uma doença rapidamente mortal e, portanto, estarão muito mais complacentes, como é próprio da adolescência, quanto a comportamentos de risco", disse o director do serviço de Infeciologia do Hospital Egas Moniz.
   Kamal Mansinho explicou que "a ideia não é inibir ou proibir esses comportamentos de risco; é proporcionar informações de maneira mais adequada possível e ajustada à idade, de modo a que este grupo populacional possa adoptar as medidas de precaução no momento certo".
"É comum encontrar na consulta adolescentes que se infectaram recentemente e que dizem saber como a doença se transmite, mas naquele momento não foram capazes, por várias razões, de colocar um preservativo", contou o médico a propósito do Dia Mundial da Sida, assinalado hoje, quarta-feira.
Para o especialista, há competências que vão ter de ser trabalhadas de uma maneira mais objectiva. "Mais do que falar exclusivamente sobre o benefício do preservativo, da educação sexual ou de se protegerem é muito importante trabalhar em conjunto com eles a percepção de risco".
A auto-estima, o comportamento da cidadania e do respeito recíproco são competências que têm de ser trabalhadas. "A tudo isto temos de acrescentar o acesso que as pessoas têm às novas tecnologias para o bem e para o mal".
Kamal Mansinho contou que acompanhou há pouco tempo um jovem que estava em "altíssimo risco" de se infectar porque nos contactos que foi tendo pela Internet encontrou alguém que ia ao encontro das suas fantasias sexuais.
É uma "nova dimensão" para a qual os profissionais devem estar alerta para que se possam encontrar instrumentos de prevenção para lidar com estes novos fenómenos, sustentou.
Três décadas após o aparecimento da sida, que já matou 25 milhões em todo o mundo, o médico afirmou que ainda "há um longo percurso a fazer, apesar de alguns progressos impressionantes", como a terapêutica antir-retrovírica, que contribuiu de uma forma "muito expressiva nos países industrializados para o aumento da longevidade" e para melhoria da qualidade de vida dos doentes.
Mas os mesmos medicamentos que operam "aspectos impressionantes" no controlo da doença, ao modificarem o curso natural da infecção por VIH nos indivíduos que são acometidos pelo vírus, também contribuem para a modificação da percepção do risco da comunidade.
"E isso é o reverso dessa mesma moeda do sucesso. Isto é a própria comunidade, ao perceber que era possível sobreviver mais tempo com a infecção e com uma boa qualidade de vida, acabou também por ser mais complacente com os riscos de contrair a doença", sublinhou.
O especialista lembrou ainda que é muito importante que a comunidade tenha presente que, apesar de todos os progressos relacionados com a terapêutica, não há uma vacina que previna eficazmente a transmissão da doença, apelando à prevenção.

2010-12-01 JN

Há 42 mil portugueses infectados com sida

O Dia Mundial da Sida assinala-se hoje, quarta-feira, com várias iniciativas pelo país para lembrar uma doença que em 2009 afectava 42 mil pessoas em Portugal, mais 11 mil do que em 2001. No Mundo, a sida já matou 25 milhões.
Este ano, o lema escolhido internacionalmente para assinalar a efeméride está relacionado com os Direitos Humanos, muitas vezes ainda esquecidos em relação aos doentes com sida, segundo as organizações que estão no terreno.
"Esta doença tem um estigma e uma discriminação muito mais sentida do que qualquer outra. Existe ainda a ideia de que se tens sida foi porque quiseste ou tiveste um comportamento que não deverias ter e estás a ser penalizado por isso", explicou a presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS).
Em relação ao tratamento destes doentes, adiantou Eugénia Saraiva, já houve vários avanços, mas "ainda há muito a fazer para lutar contra a discriminação".
"A nível da discriminação não mudou nada em Portugal", concorda a presidente da Associação Abraço, Margarida Martins, que contou um caso que aconteceu há duas semanas numa escola, onde a associação de pais queria "denunciar que estava uma criança com sida na escola".

Ao fim de três décadas do aparecimento da doença, Margarida Martins lamenta que ainda aconteçam estes casos.


2010-12-01 JN

Número de infectados com VIH baixou 19%

O número de doentes infectados pela epidemia de Sida diminuiu 19% relativamente a 2009, o que acontece pela primeira vez desde 1999.
No "Relatório Global da ONUSIDA - Epidemia de Sida", divulgado hoje, terça-feira, destaca-se que "desde 1999, ano em que se acredita que a epidemia atingiu, globalmente, o pico, o número de novas infecções diminuiu 19% cento".
Ou seja, em 2009 foram registadas 2,6 milhões de pessoas infetadas com VIH, enquanto em 1999 aquele valor foi de 3,1 milhões de pessoas.
O objectivo continua a ser "discriminação zero, zero novas infeções por VIH, e zero mortes relacionadas com a Sida", através do acesso universal a medidas eficazes preventivas do vírus, tratamento, cuidados e apoio.
Apesar dos ganhos alcançados, o documento recorda que o "progresso futuro depende fortemente de esforços conjuntos de todos os envolvidos" no combate à epidemia.
O relatório dá ainda como exemplo dos avanços registados o facto de 5,2 milhões de pessoas, das cerca de 15 milhões que necessitam de tratamento antirretroviral, e que vivem em países de rendimento baixo ou intermédio, terem actualmente acesso a essas medidas terapêuticas.

JN 2010-11-23

Liga Portuguesa Contra Sida - Testamento